De acordo com o presidente do Sindicato da Habitação do Sul de Santa Catarina (Secovi Sul/SC), Helmeson Machado, o mercado notou um novo perfil de consumo das pessoas. Ele lembra que, antes da pandemia, a maioria delas buscava praticidade, funcionalidade e baixo custo de manutenção, o que significava imóveis residenciais mais compactos e que possibilitassem mais tempo livre aos proprietários. Já em relação aos imóveis comerciais, os quais ocupavam cerca de 50% do dia dos cidadãos, a procura maior era por aqueles que contavam com adicionais, como cozinha, garagem, além de móveis bonitos e confortáveis.
“Hoje, em virtude do tempo passado dentro de casa, as necessidades específicas mudaram e a prioridade são lares mais confortáveis e melhor equipados. Os animais domésticos também estão inseridos nesse contexto e até um local de trabalho na própria casa passou a ser almejado, por conta do chamado home office. Em virtude da necessidade iminente, as pessoas notaram que suas residências tinham algumas carências possíveis de serem melhoradas. Já o local de trabalho, seguindo a mão inversa, poderia ser menos: menos conforto, menos estrutura, pois, agora, esses atributos são mais prioritários em casa”, salienta o presidente.
Ele destaca, ainda, que, desde a última década, a população já vinha numa escalada por mais qualidade de vida, no entanto, a pandemia acelerou este processo. Por outro lado, a famosa “poupança” ou reserva de recursos passou a ser vista com outros olhos, pois as pessoas estão percebendo que é necessário estar preparado para situações imprevisíveis, ruins e/ou instáveis.
“O novo perfil dos consumidores será pesar o conforto do lar com uma estabilidade financeira, morar mais perto do trabalho, criar hábitos mais saudáveis, ter profissões que possam ser exercidas de outros locais que não sejam efetivamente o escritório. Essas mudanças provêm do isolamento social, de ver o modo como se vive, a correria desenfreada pelo dinheiro. Do dia para a noite, o carro bonito e caro ficou sem utilidade alguma, a programação da TV ficou importante, sua casa teve que virar um lar, não apenas dormitório. O mundo passou a ser visto com outra perspectiva”, ressalta Machado.
Tendência que veio para ficar
O presidente do Secovi Sul/SC afirma que o mercado imobiliário está crescendo e a tendência é que isso continue, assim como deve ser mantido esse perfil consumidor atual, principalmente na região Sul. Ele também pontua que o momento ainda é promissor para o setor. Embora as metas traçadas para este ano não sejam alcançadas, tudo se encaminha para a estabilização e uma forte retomada em 2021.
“O comportamento do mercado nacional, mais especificamente do imobiliário, vai depender diretamente das políticas públicas de fomento aos novos empreendimentos e liberação de recursos para financiamentos imobiliários, o que já foi amplamente sinalizado que aconteça. A injeção de recursos na construção civil é o caminho mais rápido para a recuperação e crescimento econômico do Brasil. E nós do Sul, descendentes de europeus, já temos imbuída a cultura do poupar, ter reservas, então, nesse ponto, já estamos à frente e isso fará os imóveis de investimento terem boa procura. É hora de se reinventar, entender o cliente e produzir aquilo que ele almeja”, finaliza Machado.
Colaboração: Vanessa Amando / NB Comunicação
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